terça-feira, 27 de julho de 2010

Toda vez.


Toda vez que toca o telefone eu penso que é você, toda noite de insônia eu penso em te escrever, pra dizer que teu silêncio me agride e não me agrada ser um calendário do ano passado, pra dizer que teu crime me cança e não compensa entrar na dança depois que a música parou, a música parou. Toda vez que toca o telefone eu penso que é você, toda noite de insônia eu penso em te escrever, escrever uma carta definitiva que não dê alternativa pra quem lê, te chamar de carta fora do baralho, te descartar, embaralhar você e fazer você voltar. Ao tempo que nada nos dividia, havia motivo pra tudo e tudo era motivo pra mais. Era perfeita simetria, éramos duas metades iguais. O teu maior defeito talvez seja a perfeição, tuas virtudes talvez não tenha solução. Então pegue o telefone ou um avião, deixe de lado compromissos marcados, perdoa o que puder ser perdoado, esquece o que não tem perdão e vamos voltar ao lugar que nos conhecemos.


r.

Nenhum comentário:

Postar um comentário