quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Confissões.


Tenho a pele seca e áspera de solidão, ávida de amor. Está tão pálida e mortiça que se tornou intermitentemente translúcida ao olhar. Tão delgada que qualquer olhar pode fazê-la tremer. Procura, sol, neste invernoso acristalado que á a solidão e ali te encontrarás no outro lado da vidraça. A minha pele irisa-se; com a esperança de sentir o calor do teu sorriso de luz, tinge-se de paisagens nesta janela em que apareceste. Inventa cores, inventa desenhos, inventa dimensões para as exibir à tua fácil admiração, para engrandecer os teus olhos. As pontas dos nossos dedos tocam-se através do cristal. Por isso escrevo, para sentir a tua carícia ao virar a página, o único cristal de tacto quente.


Voltei a atualizar.

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