terça-feira, 12 de outubro de 2010

Dama da Noite.


Eu vou embora sozinha. Eu tenho um sonho, eu tenho um destino, e se bater o carro e arrebentar a cara toda saindo daqui, continua tudo certo. Fora da roda, montada na minha loucura. Dá minha jaqueta boy, que faz um puta frio lá fora e quando chega essa hora da noite eu me desencanto. Viro outra vez tudo aquilo que sou todo dia, fechada sozinha perdida no meu quarto, longe da roda e de tudo: uma criança assustada.


Caio Fernando de Abreu, sempre (L)

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