sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Onze Minutos, four.


Eu encontrei um homem, e me apaixonei por ele. Deixei-me apaixonar por uma simples razão: não esperei nada. Sei que em três meses estarei longe, ele será uma lembrança, mas não podia aguentar mais viver sem amor, estava no meu limite (...) É suficiente amá-lo, estar com ele em meu pensamento, e colorir esta cidade tão bela com seus passos, suas palavras, seu carinho. (...) Gostaria de poder fazer por ele o que ele fez por mim. Estive pensando muito e descobri que não entrei naquele café por acaso; os encontros mais importantes já foram combinados pelas almas antes mesmo que os corpos se vejam. Geralmente estes encontros acontecem quando chegamos a um limite, quando precisamos morrer e renascer emocionalmente. Os encontros nos esperam - mas a maior parte das vezes evitamos que eles aconteçam. Entretanto, se estamos desesperados, se já não temos mais nada a perder, ou se estamos muito entusiasmados com a vida, então o desconhecido se manifesta, e nosso universo muda de rumo. Todos sabem amar, pois já nasceram com este dom. Algumas pessoas já o praticam naturalmente bem, mas a maioria tem que aprender denovo, relembrar como se ama, e todos - sem exceção- precisam queimar na fogueira de suas emoções passadas, reviver algumas alegrias e dores, quedas e recuperação, até conseguir enxergar o fio condutor que existe por trás de cada novo encontro; sim, existe um fio.


Paulo Coelho.

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