domingo, 30 de janeiro de 2011

Só um cara.


Ele é só um cara.É só um cara. E quer mesmo saber? é um cara como todos os outros caras. Esse que me perguntou as horas no meio da rua – podia ter sido ele e eu nem liguei. O mendigo, o moto-taxi, o padre, o professor. Ele estava ali o tempo todo, e não estava. Ele é só um deles. Vários, uma legião, e ninguém mais. É só um cara e não a minha vida, e não todos os dias da minha história, e não todas as minhas lágrimas juntas em um único sábado solitário. Ele não é o destino. É um cara. Existem muitos destinos. Ele é só um cara que mal sabe escolher os próprios perfumes. não sabe sangrar, não sabe que nome daria a um filho, não pode ficar mais tempo. Ele é só um cara perdido como muitos outros caras que eu encontrei, e perdi. Ele é só um cara. E eu já esqueci outros caras antes!

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