quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Não importa.


Me manda uma mensagem de texto no meio da madrugada, que é para eu voltar a dormir com um risinho alegre e sonhar com você. Diz que vai fugir comigo, mesmo sem nenhum compromisso. Vem me sequestrar de repente e traz uns girassóis num vasinho de barro para colocar na janela do nosso esconderijo. Deixa que eu controle o som e me faz acreditar que tenho um péssimo gosto musical. Deixa que eu cante um paaapapapapa bem alto e desafinado. Ri meio sério, sem se entregar. Diz assim: escuta essa daqui. E bota uma música linda, para tocar. Eu vou fazer cara de boba, imaginando se você realmente pensa em mim quando escuta aquela música tão boa. Conversa um pouco, para eu não ter que falar de coisas que devia saber e só a você tenho vergonha de dizer que não sei. Mas descansa a mão na minha nuca. Diz que é meu, especialmente meu, e não da primeira que topasse te tirar dessa loucura de cidade grande. Porque em tempos de amores descartáveis e conquistas baratas, eu morro de medo de ser só mais uma alternativa. Eu vou até a janela escolher o melhor lugar para as flores. É quando você diz que me quer. Que me quer de verdade. Envolve seus braços na minha cintura e me aperta bem forte, de um jeito que eu possa sentir sua respiração indo embora. Não me solta quando eu disser algumas palavras reticentes. Me puxa é mais para perto, fala no pé do ouvido o quando quer. Fala com vontade na voz, e nos olhos. Mas não me deixa assim cheia de dúvidas. Que eu quero aproveitar cada pedacinho seu, nessa fuga descompromissada. De três, quatro, cinco ou muito mais dias. De poucas horas, da eternidade. Não importa o tempo, importa que você seja só meu!

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