sábado, 11 de setembro de 2010

Tão infinitamente melhor.


Ás vezes é preciso recolher-se. O coração não quer obedecer, mas alguma vez aquieta; a ansiedade tem pés ligeiros. Ficamos sem falar, sem pensar, sem agir. É um início de sabedoria, e dói. Dói controlar o sentimento, dói abafar o sentimento, além de ser doloroso parece probre, triste e sem sentido. Amar é tão infinitamente melhor; curtir quem hoje se ausenta era tão imensamente mais rico. Não queremos escutar essa lição de vida, amadurecer parece algo sombrio, definitivo e assustador. Mas as vezes aquietar-se e esperar que o amor do outro nos descubra nessa praia isolada é só o que nos resta. Entramos num casulo fabricado com tanta dificuldade e ficamos quase sem sonhar. Quem nos vê nos julga aliados, quem já não nos escuta pensa que emudecemos para sempre (...) Mas quem nos amou, se talvez nos amar ainda há de saber que se nossa essência é ambigüidade e mutação, este silêncio é tanto uma máscara quanto foram, quem sabe, um dia os seus acenos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário